Saint Gobain avalia aumento da produção de embalagens de vidro no Brasil

Após anunciar possível abertura de capital na Bolsa de Paris, divisão de embalagens da Saint Gobain estuda novos investimentos no Brasil

Verallia - Linha de produção
No Brasil, a divisão de embalagens de vidro do grupo é conhecida pela linha Verallia e possui três fábricas, além de um centro para criação de produtos

Em visita ao país, Jérôme Fessard, vice-presidente da Saint-Gobain Packaging, afirmou que a companhia pretende aumentar sua produção local. “Estamos avaliando tanto a possibilidade de expansão nas fábricas já existentes quanto novas unidades”, diz. No Brasil, a divisão de embalagens de vidro do grupo é conhecida pela linha Verallia e possui três fábricas, além de um centro para criação de produtos.

Durante sua passagem pelo país, o executivo acompanha o período de revisão de performance da empresa. Os novos investimentos deverão ser anunciados em junho quando o grupo definirá o plano para o próximo quinquênio. Fessard afirma que a demanda dos clientes da companhia é crescente no país e essa tendência tem se espalhado pela América Latina. Em 2010, as vendas na região somaram € 306 milhões, o equivalente a R$ 713,4 milhões, e participaram em 8,5% na receita global da companhia que foi de € 3,6 bilhões (R$ 8,39 bilhões). O crescimento no período foi de 3,1%.

Américo Géza Dénes, diretor geral da Verallia na América do Sul, está participando da elaboração do plano de expansão e aguarda as definições da cúpula na França. “Vemos um futuro promissor para o Brasil, o que implica em aumento de capacidade”, diz. É o executivo quem está se aproximando do governo para trabalhar na aceleração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Segundo ele, a reciclagem de 10% dos vidros resultaria em uma redução de 3% dos custos energéticos.

Segundo Dénes, apesar da disponibilidade de fontes de energia renováveis no Brasil, o acesso a elas ainda é uma preocupação. A atividade da Verallia é eletrointensiva e os custos de energia no país são considerados bastante elevados. Como possui uma demanda descentralizada, o país não pode dispor de um projeto de adaptação dos fornos para biomassa, como o que a empresa iniciará na fábrica localizada próxima à região vinícola da Argentina. O mesmo projeto já acontece na Alemanha e na França.

Os resultados positivos da Saint-Gobain fizeram comque a companhia rejeitasse as ofertas de compra realizadas por outras empresas para a sua divisão de vidros. Optou por uma oferta pública inicial (IPO) de suas ações na Bolsa de Paris. “Tem boas chances de ocorrer no terceiro trimestre deste ano”, afirma o vice-presidente da Saint-Gobain Packaging.

Segundo Fossard, a Verallia têm boas oportunidades de expansão e sua operação cresce em importância dentro da empresa. “Vamos passar a ter uma autonomia em relação ao grupo Saint- Gobain, que tem um enfoque mais voltado à construção”, afirma. Ao final desse processo, a Verallia do Brasil passará a ser uma subsidiária da holding francesa.

Texto: Priscila Machado

Fonte: Brasil Econômico